Alzheimer tem tratamento? Sim, e a fonoaudiologia pode contribuir.

A expectativa de vida no Brasil vem aumentando ao longo dos anos. Atualmente existem no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade e estima-se que 1,2 milhões de brasileiros sejam acometidos pela Doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer. É uma enfermidade que ainda não tem cura, mas pode e deve ser tratada.

É um tipo de doença degenerativa do sistema nervoso central, onde existe um comprometimento progressivo das funções cerebrais tais como o declínio da linguagem, da memória, do comportamento e de algumas habilidades motoras. Esse tipo de quadro ocorre devido a uma atrofia cerebral que geralmente ocorre nas áreas frontais, temporoparietais e hipocampo do nosso cérebro.

A doença tem uma característica muito marcante que é evidenciada pela perda progressiva da memória e de funções cognitivas que podem levar ao prejuízo de atividades da vida diária bem como atividades relacionadas ao trabalho.
“A terapia de reabilitação cognitiva tem como objetivo a capacitação e o treinamento específico individualizado do paciente e da família de acordo com a sua realidade e necessidade de criar estratégias facilitadoras para melhorar a capacidade cognitiva do paciente”, diz a fonoaudióloga Viviane Fontes que atende pacientes com Alzheimer e familiares. Para isso é necessário que seja realizada inicialmente uma avaliação sobre o estado cognitivo e mental do paciente para que se faça um planejamento terapêutico com atividades que irão beneficiar tanto o paciente quanto os familiares.

A terapia fonoaudiológica associada ao tratamento medicamentoso pode retardar o déficit cognitivo e as alterações de linguagem. Em casos iniciais da doença, pode-se notar melhora nos déficits cognitivos e funcionais, proporcionando melhoria na qualidade de vida do paciente com Doença de Alzheimer, do cuidador e dos familiares quando este realiza regularmente a terapia fonoaudiológica. Desta forma os efeitos progressivos da doença evoluem de forma lenta, mantendo o paciente mais comunicativo e participativo das atividades de seu cotidiano.
Autoria: Viviane Fontes, fonoaudióloga, Especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de Audiologia e Mestre em Metrologia e Qualidade pelo Inmetro.